sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

ELE ENGANOU A POLÍCIA
Depois da compra dos ingressos, os jovens tinham que pegar uma fila quilométrica para entrar na Quadra. Impacientes, eles estavam já algum tempo esperando que as portas se abrissem e o som botasse pra quebrar. Ia haver um atraso, alguém disse, mas não explicou a causa. Mesmo assim, o baile fanque prometia...
Repentinamente, surgiu um comboio de carros e motos da Polícia, vindo direto para o estacionamento. Um ônibus vinha atrás. Os policiais faziam manobras, estacionando por todo lado. Era a primeira vez que ele via aquela Operação e ficou bastante assustado. Quase engoliu o chiclete e quase entrou em pânico. Como era um dos últimos da fila, raciocinou rapidamente e decidiu manter a calma.
Os policiais, à medida que iam estacionando, gritavam com determinação:
- Mãos na parede! Revista!
Ele foi um dos primeiros a obedecer à ordem. Discretamente, cuspiu o chiclete no chão. Pisou no chiclete. E mais discretamente ainda, tirou algo do cós da cueca e jogou perto da parede. Com a goma colada na sola do tênis, ele pisou na coisa. Feito! Estava pronto para a revista.
Ergueu os braços e baixou os olhos para certificar-se de que na sola do tênis nada podia ser visto.
Os policiais avançavam, revistando um por um. No mesmo instante em que a revista estava sendo realizada, os portões da Quadra se abriram e os jovens começaram a entrar. Nem todos tiveram a mesma sorte. Alguns foram detidos e encaminhados para o ônibus estacionado na rua.
Quando chegou a sua vez de ser revistado, um policial usou os mesmos procedimentos. Apalpo-o por toda parte, remexeu, quase o virou pelo avesso. Não encontrando nada, disse:
- Liberado!
Ele seguiu lentamente, erguendo um pouco mais a bermuda frouxa que havia descido. Andava sem pressa. O que estava colado na sola do tênis não conseguiu estragar a sua noite na balada, que prometia...

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